quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Não nego que, desde aquela noite, não paro de pensar em você. Teus detalhes me enchem os olhos e roubo todas as estrelas do céu para fazê-los brilhar e, assim, ter você morando em meu olhar. As estrelas sempre te pertenceram, pequena, vestindo-se de você e você, inteira elas. Soa estranho, eu sei. Nunca fui de analogias, de metáforas e de poesia, mas desde que pertenci à você, numa noite de pouca estrela e muito vento, gosto de ser poeta, de suspirar meu amor pra noite e te cantar enquanto durmo.

Tua ausência me devora. Consome cada pedaço meu que já não me pertence. Vês, dei-me à você por completo, deixei de ser e passei a te ser. Fora uma música apenas, um suspiro e evaporou. Você, a batida, o gosto do beijo que não te dei. Tua voz continuou fazendo cócegas em meu ouvido e o coração sempre martela alto quando penso ouvir teu sussurro, outra vez, dentro de mim. Sim, bonita, as palavras que te escaparam pulsaram dentro de mim e ainda as sinto vivas, dançando no ritmo da minha respiração, a muito descontrolada. E, desculpa, mas penso ser tudo culpa tua, que mexeu tanto cá dentro, fazendo com que não me recorda mais como era, amando sempre mais quem sou. Quem me tornei, culpa tua.

Veja que não te critico, momento algum. Gosto da mudança que veio, sorrateira e derradeira, sem que me preparasse para tanto. Talvez seja essa a culpa: meu despreparo. Tudo seria diferente se, e somente se, eu estivesse imune à você aquele dia, se eu esperasse algo no teu oi sussurrado ou na tua dança solitária. Mas deixei levar, o coração flutuar e a alma sair do peito, perder-se em você que se fez minha e depois, tal qual como veio, sumiste, deixando apenas o gosto do morango em minha boca e as estrelas nos meus olhos que tinham desaprendido brilhar. Agora, tudo em mim te pertence.